Resumo : |
As concessões aeroportuárias à gestão privada no Brasil tiveram início em 2011, visando suprir os gargalos em infraestrutura e a necessidade de investimentos frente ao crescimento na movimentação de passageiros e carga no país. Sendo o segmento do comércio eletrônico (e-commerce) um dos fatores que impulsionaram o avanço na movimentação de carga aérea. Até o ano de 2021, quarenta e quatro aeroportos passaram a ser administrados por iniciativas privadas no Brasil, onde o objetivo também contempla a melhoria da eficiência operacional aeroportuária, de forma a gerar mais receita para o operador e tentar melhorar a satisfação para os passageiros. Entretanto, há poucas referências acerca de melhorias de eficiência pós concessões em aeroportos brasileiros, justificando um dos objetos do presente trabalho. Para tanto, será empregado o método da Análise Envoltória de Dados (DEA) - Window Analysis em dois cenários, o primeiro considerando como output toda movimentação de carga nos terminais aeroportuários, e o segundo cenário corresponde à um corte, que considera somente a proxy movimentação de e-commerce, de forma a entender se as concessionárias tornaram os aeroportos brasileiros mais eficientes durante a sua operação. Em seguida, será feita uma análise em série temporal para cada um dos cenários, com intuito de verificar qual é a relação existente entre a eficiência gerada em cada um dos cenários supracitados. Por fim, uma regressão censurada será realizada, onde a eficiência dos cenários gerados será a variável dependente, enquanto utiliza-se como variáveis independentes fatores não controlados pelos operadores aeroportuários, tais como PIB industrial, cotação do dólar, tamanho da população, dummy covid-19 e a dummy concessão aeroportuária, de forma a determinar a correlação das variáveis e consolidar as informações geradas no modelo DEA. Os resultados apontam que a concessão aeroportuária não necessariamente resulta em melhorias na eficiência operacional média dos aeroportos. Apenas SBGR, SBRF e SBGR mostraram aprimoramentos de eficiência após a concessão e antes da pandemia do COVID-19 no cenário 1. No cenário 2, apenas SBGR e SBKP registraram melhorias após a concessão e antes da pandemia. Adicionalmente, a análise revelou que a eficiência de todos os terminais logísticos de carga foi afetada durante a pandemia, devido à redução na malha aérea. |