| Resumo : |
Atualmente a humanidade vive uma época de consumismo e, atrelado a ele, geração crescente de resíduos. Como a água é o centro do funcionamento da sociedade, estações de tratamento de água são fundamentais e cada vez mais necessárias. A potabilização da água gera resíduos úmidos em seus processos, denominados de lodo. O lodo é um material composto por uma pequena fase sólida e grande parte líquida, de difícil trabalhabilidade e que necessita ser corretamente destinado, prevenindo impactos ao meio ambiente. Portanto, técnicas de desaguamento são essenciais, separando as fases e adensando o lodo, conferindo a ele melhor trabalhabilidade e compactuando com a preservação do meio ambiente. Esta pesquisa foca no desaguamento do lodo em tubos ou bolsas de geotêxtil, promovendo o desaguamento de forma mista, através de filtração forçada, drenagem e evaporação. O trabalho busca contribuir para uma melhor compreensão da mecânica de funcionamento desta técnica e compará-la com o desaguamento em berço com restrições laterais, através de ensaios para avaliar a forma geométrica, a saída de água por drenagem e evaporação e a viabilidade de utilizar condicionantes químicos para a floculação. Os ensaios são realizados em laboratório e em campo, discorrendo sobre ensaios preliminares de polimerização, ensaios de cone, ensaios de bolsas de pequenas dimensões, ensaios de drenagem e evaporação, ensaios de bolsas piloto e ensaio em escala real de aplicação. Através dos ensaios preliminares de polimerização percebe-se que a dosagem do condicionante químico correto é eficiente e auxilia o desaguamento, no entanto, a utilização errada do polímero tanto em dosagem quanto em tipo pode prejudicar o desaguamento, retendo umidade na torta de lodo. Observa-se que com o uso de polímero um volume adicional de cerca de 90% é admitido em bolsa geotêxtil de mesmas dimensões. O desaguamento com restrições laterais é abordado, avaliando as vantagens da técnica, possibilitando ciclos de enchimento consecutivos na altura máxima e admitindo cerca de 15% a mais de volume em relação a bolsa convencional. Através da utilização da técnica de desaguamento em caçamba especial drenante percebe-se sua efetividade na separação da fase sólida da líquida, obtendo-se eficiência de filtração maior que 90%, eficiência de desaguamento superior com redução volumétrica maior que 20 vezes em comparação ao volume inicial e teores de sólidos satisfatórios, superiores a 25% para a correta destinação do material adensado. |