| Resumo : |
A literatura é rica em pesquisas utilizando geotêxteis em funções como filtração, drenagem e separação. Mesmo sendo os geotêxteis geralmente constituídos de polímeros hidrofóbicos, pouco se discute na literatura a respeito da hidrofobia deste material. Em meio saturado a característica hidrofóbica do geotêxtil não tem muita relevância, mas em meios não saturados, o entendimento da influência da hidrofobia é fundamental. Pesquisadores na década de 80 encontraram um acúmulo de água em geotêxteis aplicados como filtros têxteis na agricultura, definindo este fenômeno como "resistência à penetração de água" do geotêxtil. A partir deste estudo inicial, normas de ensaio para avaliar esta resistência e alguns trabalhos de pesquisa foram realizados tendo em vista aplicações na agricultura, mas o tema praticamente só foi discutido até o fim do século 20. Este trabalho tem como objetivo contribuir com o entendimento da resistência à penetração de água de geotêxteis tecido e não tecido com característica hidrofóbica e de sua influência em sistemas solo geotêxtil. Ensaios para determinação da resistência à penetração de água (EN 13562:2000), realizados com taxa de incremento de pressão hidrostática de 100 mm/min e com taxa de 10 mm/min, permitiram observar diferenças de comportamento bem definidas entre o tecido e o não tecido, com valores de resistência de até 66 mm para geotêxtil tecido e 34 mm para o geotêxtil não tecido. O emprego de uma taxa de incremento de pressão hidrostática 10x menor implicou em redução de 61 % para o tecido e de 18% para o não tecido, indicando importante influência do modo como a pressão é aplicada. Ensaios em sistema solo/geotêxtil mostram que a resistência à penetração de água interfere nas condições iniciais de fluxo e é influenciada pela estrutura do geotêxtil, pela taxa de incremento de pressão de água e pelo comportamento do fluxo no sistema solo/geotêxtil. |