| Resumo : |
Neste trabalho, realizam-se vários estudos sobre as chuvas na bacia do Rio Juqueriquerê, com ênfase à cidade de Caraguatatuba, e com vistas à previsão de chuvas extremas em projetos hidráulicos. Faz-se uma comparação entre três formas de cálculo distintas: - cálculos convencionais de projeto, com base em curvas IDF, - cálculos baseados em modelos climáticos regionais e - cálculos baseados em um método original, que leva em consideração o número provável de chuvas acumuladas como sendo uma função não estacionária no tempo (hipérbole). Para os cálculos convencionais de projeto, o presentre trabalho desenvolveu novas curvas IDF para a cidade de Caraguatatuba, com base em tratamento de dados inéditos do pluviógrafo da Estação Meteorológica E2-046. São desenvolvidas curvas IDF do tipo Chen e do tipo ''ln-ln''. Para os cálculos baseados em modelos climáticos, analisaram-se os dados das simulações do modelo climático regional Eta, que é acoplado ao modelo global HadGEM2-ES e ao modelo global MIROC5S. O uso destes modelos é precedido de uma validação a respeito da estacionariedade da correção de viés. Tal correção de viés foi feita através de um método inédito, em que ajustaram-se os dados a uma distribuição bimodal (dias secos e distribuição gama), priorizando-se a boa concordância dos dados extremos. Esta validação é feita através de treinamento da correção de viés pelos 2/3 iniciais dos dados do pluviógrafo, para posterior comparação entre o terço final dos dados do pluviógrafo com as simulações corrigidas. Por fim, o ajuste dos dados observados ao modelo não estacionário é feito através do método de Newton-Raphson generalizado para a determinação dos parâmetros de uma parábola que passa pela origem dos eixos (anos versus chuvas acumuladas). As IDF's desenvolvidas para Caraguatatuba caracterizaram-se como um método conservador para determinação de intensidades de chuva de projeto. Isto se deve ao fato de que o teste de Mann-Kendall mostrou grande significância para a hipótese de não estacionariedade do regime de chuvas intensas, com tendência franca ao aumento do período de retorno destas chuvas. O método de cálculo baseado em modelos climáticos regionais mostrou-se uma ferramenta de projeto bastante confiável, a ser aplicada em regiões com tendência de aumento de incidência de chuvas extremas, na falta de dados locais de pluviógrafos. Por fim, a função hiperbólica desenvolvida neste trabalho apresentou um ajuste muito bom aos dados extremos do pluviógrafo E2-046, sugerindo que este método é bastante recomendável para projetos em regiões que possuem observações extensas de dados pluviográficos. |