| Resumo : |
Este trabalho tem como objetivo desenvolver uma adaptação da metodologia para avaliação probabilística de risco de acidentes em aeroportos devido a não conformidades nas áreas de segurança no entorno de pistas, aplicando o método de simulação Monte Carlo para representar o comportamento estocástico das variáveis que influenciam o risco das operações. Acidentes em aeroportos são considerados eventos raros (baixa probabilidade de ocorrência), desencadeados por uma série de fatores causais estocásticos e de alta variabilidade, como condições meteorológicas e operacionais, e que geralmente resultam em consequências catastróficas. Avaliações de risco em aeroportos são atualmente feitas utilizando diretamente os dados históricos das operações que já ocorreram no aeroporto. Entretanto, essa abordagem não permite considerar as incertezas e variabilidades das variáveis que interferem no risco de uma operação de pouso e decolagem. Este estudo propõe uma abordagem probabilística para avaliação de risco de acidentes em aeroportos com objetivo de lidar com a incerteza de modo racional e quantitativo, e como forma eficaz para analisar todos os cenários possíveis de operações e suas respectivas consequências. Para isso, uma detalhada revisão bibliográfica é realizada a fim de identificar na literatura a maneira mais apropriada de tratar cada variável meteorológica a ser utilizada no modelo de risco. A metodologia desenvolvida é aplicada ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão considerando as operações e características do mês de janeiro. Com o intuito de avaliar o comportamento da metodologia, são avaliados três diferentes cenários operacionais. A partir de uma base de dados meteorológicos e operacionais dos últimos onze anos, é construído um modelo computacional das operações no aeroporto, e são simuladas as operações de pouso e decolagem para a movimentação prevista para 2014 para cada cenário operacional. Estima-se assim a probabilidade de ocorrência e a severidade associada a cada operação, obtendo-se os níveis de riscos médios para cada cenário, o número de ocorrências com nível de risco acima do nível de segurança desejável, e as matrizes de risco para cada área de segurança das pistas. |