| Resumo : |
Diferentes estudos abordam a durabilidade das estruturas de concreto, fundamentados em modelos que simulam os mecanismos de penetração dos cloretos no concreto. Apesar de grande parte desses modelos ser baseada na determinação de um coeficiente de difusão dos cloretos, a Resistividade Elétrica Superficial (RES) do concreto também pode ser considerada como importante para o mecanismo de penetração desses íons. Diferentemente do coeficiente de difusão, a RES do concreto pode ser monitorada com o tempo através de um método de ensaio não destrutivo, por meio de uma técnica de baixo custo e fácil execução. A utilização da RES como parâmetro de modelo de vida útil é um tema ainda em discussão na comunidade científica, com destaque para o modelo de Andrade (2004). No entanto, o modelo citado apresenta parâmetros que ainda não foram completamente gerados para as características do concreto utilizado no Brasil. Dessa forma, o objetivo principal do presente estudo é ajustar tal modelo para a realidade de dimensionamento de concreto encontrada no Brasil, determinando as variáveis relativas ao fator de reação dos cloretos (rCl) e ao fator de idade do concreto (q) para diferentes amostras. Para tal, foram moldados corpos de prova de concreto com diferentes dosagens, que posteriormente foram submetidos a ensaios de laboratório. Os resultados mostraram que rCl varia entre 1,3 a 4,0; e q varia entre 0,297 a 0,785, dependendo principalmente do tipo de cimento utilizado. O estudo também permitiu propor dados de RES mínimos necessários para alcançar determinada vida útil (50 ou 100 anos, por exemplo), dependendo do cobrimento escolhido e da classe de exposição ao qual a estrutura de concreto armado estará sujeita, contribuindo, dessa forma, para o estudo do dimensionamento do concreto a partir de dados de RES. |